Do desconforto à libertAção
Há cinco meses escrevi o segundo post deste período de pandemia, de isolamento, de restrições – A vida em suspensão. Àquela época sabia da gravidade da situação mas supunha que duraria uns 3 meses, no máximo 4. Só que a realidade se mostrou diferente.
Como várias outras pessoas, refiz planos pessoais e profissionais e busquei por possibilidades, sobretudo para colaborar com quem mais necessitava. Cuidei de meus pais idosos mais de perto. Contribuí economicamente com colaboradores que, impossibilitados de se deslocar para me atender, ainda tinham contas a pagar, famílias a alimentar. Aprofundei minha relação com a trê – investindo com causa, seja como investidora do programa CoVida20, para garantir emprego e renda, seja como madrinha de empresas sociais que buscaram este programa.
Ainda no campo profissional, junto com outros consultores com os quais já estávamos co-criando uma Associação, desenhamos e implementamos Co-CriaAção, diálogos facilitados entre empresários para lidarem com questões dos seus negócios. Este mesmo grupo mergulhou em vários outros projetos, ajustando oficinas pré-existentes para o mundo digital ou criando novas. Foram 5 meses super-ativos que culmina agora com a formalização da Associação Parsifal21.
Também aproveitei as várias ofertas de lives e conversas e, de forma, seletiva, participei de algumas. Uma oferta que me cativou foi a série semanal de conversas Women Together Connect, promovida pela Fundação Eillen Fisher. Já falei do programa de reuso promovido pela empresa Eillen Fischer em 3 R’s na prática.
A cada encontro Antoinette Klatzky entrevista uma profissional que traz sua expertise em temas relevantes para este momento e, depois, formamos pequenos grupos para refletimos a respeito. A conversa de hoje (13/08/2020) foi com Adriana DiFazio, com a meditação guiada para acessarmos nossas dores e incômodos e deles nos liberarmos. Pelos relatos, para algumas participantes foi muito doloroso. No meu grupo conseguimos chegar a libertação.
No meu caso específico, percebi que meu maior incomodo, neste momento, é a impossibilidade de visitar minha família que mora no exterior. Com filho e nora falo sempre por WhatsApp, estamos conectados. No entanto, não saber quando poderei estar com minha neta, fisicamente, esta é minha dor. Como ela é pequena, impossível manter uma relação mais intima pela telinha. É aceitar quando ela prefere ver Moana, Frosen ou Toy Store. É ficar feliz quando ela decide que quer conversar, por alguns poucos minutos. É sentir-se nas alturas quando ela manda um beijo!
Não posso controlar a situação. Estamos longe, a pandemia ainda está presente em todo o mundo. Então só me resta me liberar deste incomodo. E o que me veio, durante a meditação, foi que, ao mergulhar nestes vários trabalhos para um mundo melhor, é como se estivesse junta à minha neta, meu filho e minha nora, no futuro. Estou contribuindo para que o futuro deles, e de outros tantos de suas gerações, seja melhor. É uma real e efetiva liberdade transformada em ação – LibertAção!
Quem quiser se aprofundar neste tema, sugiro o livro Transforming suffering into wisdom – Mindfulness and the art of inter listening, de George Kinder. Aproveitem que está em promoção na versão kindle no site da Amazon!