Como reescrever o Curriculum Vitae numa transição de carreira?
Curriculum Vitae (CV) é uma síntese das qualificações e aptidões de um indivíduo, a partir do registro da formação acadêmica e das experiências profissionais, além de dados pessoais para contato. Indica-se que um bom CV tenha de uma a duas páginas, contendo apenas o essencial que interessa diretamente ao cargo a que se candidata. Até aqui, nenhuma novidade, certo?
Nem sempre… E quando um profissional experiente, reconhecido por seus conhecimentos e práticas num determinado campo, resolve fazer uma transição de carreira? Estou falando aqui de transições disruptivas, tipo gerente de projeto em empresa de tecnologia que resolve atuar na área de educação ou gerente de segurança em empresa de energia que passa a atuar na facilitação de processos de transformação de indivíduos.
Tomando por referência o modelo disponibilizado na internet por uma empresa de recrutamento, avaliada pela Fortune com uma das Empresas mais Admiradas do Mundo, e restringindo o conteúdo apenas ao essencial relacionado ao novo posto de atuação, não teríamos o que apresentar como experiência profissional. Neste tipo de CV o foco é nas tarefas realizadas e não nas competências desenvolvidas.
Também o registro da formação acadêmica fica desconectado: bacharel de Física, com mestrado em Engenharia Mecânica – de que serve esta formação para facilitar o auto-conhecimento e desenvolvimento de pessoas, pensariam alguns? Como dar a conhecer, para quem não é da área, que estes estudos auxiliam no desenvolvimento do pensamento sistêmico e lógico e na capacidade imaginativa?
Esta questão – Como rescrever o CV numa transição de carreira? – surgiu numa sessão de coaching onde o cliente precisava atualizar seu CV para um estágio na nova atividade profissional. Ele argumentava que seus 10 anos de trabalho e os cursos de pós-graduação não tinham nada a ver com a nova área. Seria verdade? O desafiei a pensar fora da caixa, focar nas competências desenvolvidas, tanto na experiência profissional quanto na formação acadêmica, e como estas competências eram úteis na nova profissão.
Sai da sessão com o desafio reverberando também em mim. Nesta proposta de reescrever o CV surgiu inclusive o questionamento sobre o formato – uma ou duas páginas, informações formatadas e segmentada em temas… Não conheço nenhuma referência a formatos mais criativos, com exceção dos Portfólios usados por profissionais de arte ou comunicação para apresentarem trabalhos realizados.
Num mundo multimidia, por que não pensarmos em CV em video tipo Pitch (aquelas falas de 30 segundos para transmitir uma ideia ou vender um produto ou serviço)? Como reagiria a renomeada empresa de recrutamento se recebesse um CV-pitch no formato mov?