Como se relacionar com dinheiro de forma consciente?
Um dos pontos mais críticos do coaching de transição de carreira é a dimensão financeira. Passa por aspectos materiais mas também emocionais. Todos os coachees compreendem que é necessário abordar esta questão, mas nem todos conseguem. Na minha observação, é um dos pontos mais procrastinados.
E com a necessária transformação do capitalismo, todos deveriam rever de forma sistemática a relação com o dinheiro, não apenas quando estiverem passando por transições de carreira.
Como planejar o futuro num ambiente tão incerto quanto o econômico? Qual nossa capacidade de influência? Quanto é o suficiente para atender nossas demandas? Quais demandas são efetivamente necessárias? Estas e outras questões veem à mente. A relatividade do dinheiro provoca incertezas.
Na busca por respostas para esta inquietação, participei de eventos com foco numa economia mais consciente. A Ecosocial promoveu, em 2017 e em 2018, encontros com Joan Mele com os temas Banco Ético e Dinheiro e Consciência. O MIT, via o site de ensino à distância edX oferece o curso Just Money: as if Society matters (https://www.edx.org/course/just-money-banking-if-society-mattered-mitx-11-405x-1).
Nos encontros Joan Mele nos convidava a avaliar como gastamos e onde investimos nosso dinheiro. Nosso extrato do cartão de crédito conta muito a respeito de nossas escolhas, enfatizava ele. No curso Just Money, revemos conceitos como dívida, ativos, capital e economia democrática e refletimos sobre questões como:
– Qual minha relação pessoal com dinheiro?
– Quanto dinheiro necessito para ser feliz?
– Quais são os ativos financeiros e não financeiros (social, intelectual, político, cultural e natural) de que disponho ou que estão disponíveis na minha comunidade?
– Que mudanças desejo implementar? Como incorporá-las na minha vida diária? Quais são os desafios?
Sempre tive uma relação consciente com dinheiro e com tempo (afinal tempo é dinheiro!). Mas desde que comecei a planejar minha transição de carreira, do mundo corporativo para o de consultor autônomo, passei a ter ainda mais cuidado nesta relação. Priorizo a participação em redes que promovem verdadeiras transformações sociais, seja contribuindo financeiramente como na Rede de Benfeitores (https://benfeitoria.com), seja como voluntária na Rede Parsifal21 (http://www.ecosocial.com.br/parsifal21/) e busco investir em projetos e fundos que financiem projetos ambientais ou educacionais.
E também nas pequenas escolhas diárias, numa ida ao shopping ou ao mercado. Comprar o essencial, dando preferencia a produtores locais ou produtos que destinem parte dos lucros para projetos sociais. Minha mais recente ação foi substituir a cafeteira de capsulas por uma cafeteira francesa acompanhada por cafés orgânicos produzidos por pequenos agricultores. Pode parecer pouco, mas meu bolso e o meio ambiente agradeceram!
E voce, como anda sua relação com o dinheiro?