Alma humana expressa nos idiomas
Em julho de 2018 tive a oportunidade de participar do congresso Alma Humana, no Goetheanum – sede mundial da antroposofia, próximo à Basileia na Suíça. O evento foi dedicado a explorar a evolução de idiomas de origem latina: italiano, francês, espanhol, português e romeno, sobretudo a partir da história e da geografia de cada país. O movimento expansionista dos romanos foi a origem desta evolução na Europa, que alcançou outros continentes na Idade Media com as grandes navegações.
Foi interessante observar como palavras iguais tem significados distintos conforme o local. E também palavras que só existem em um ou dois idiomas, como saudade, mas que estão presentes na realidade de todos os povos, independente do idioma falado. Ainda como, em poemas declamados em português de Portugal sobressaem as consoantes, enquanto que no português do Brasil ouvimos mais as vogais!
A evolução dos idiomas acompanha o desenvolvimento do ser humano, a partir de sua alma. As palavras mais empregadas, as entoações ao falar, a presença (ou não) de gestos acompanhando a fala, a forma e o volume das conversas, são exemplos de como a alma impregna os diferentes idiomas.
A alma humana está em pleno processo de evolução, assim como os idiomas. Estudar idiomas é uma forma interessante de entrar em contato com as diferentes almas que compõem a humanidade. Além de ser uma excelente ginastica para o cerebro! Recentemente um padre norte-americano que vive na Bolivia, e que está prestes a se aposentar porque vai completar 75 anos de vida, me contou que estuda alemão como forma de manter seu intelecto jovem.
Para uns, estudar idiomas estrangeiros é um verdadeiro tormento, enquanto para outros é fonte de prazer. Alguns idiomas falam ao nosso coração, outros à razão. Descobrir quais idiomas mais nos conectamos é descobrir um pouco mais de nós mesmos!
Melhor ainda foi ter a oportunidade de fazer estas reflexões num local tão inspirador!