O que o Mundo precisa? Como posso contribuir para aliviar suas dores?
Primeiro dia de 2019. Aproveitei o silêncio da tarde para reler as reflexões e as propostas de ações decorrentes das muitas vivências em que participei ou co-facilitei no ano que acabou. Algumas ficaram esquecidas no fluir dos dias, outras foram incorporadas, modificando a rotina. Mas sinto que é chegada a hora de uma mudança disruptiva, e folheava minhas anotações em busca do que pode alavancar esta mudança.
Uma das reflexões apareceu em oportunidades distintas: a Esfinge, junto das pirâmides no Cairo, está voltada para o Leste, em reverência ao nascer do rei Sol; na leitura do livro Shambala, base para o curso do Teatro da Presença Social em Berlim, revejo esta proposta. Agradecer pelo o que passou é importante, mas é essencial reverenciar o sol nascente, o que está por vir, com toda sua energia.
Outra reflexão surgiu na entrevista de gerentes em SEKEM, no Egito, quando eles comentaram das certificações ISO 9000 e da implementação dos conceitos da Gestão pela Qualidade Total, para terem reconhecimento internacional. Por anos fui avaliadora do Premio Nacional da Qualidade, sou credenciada como auditora internacional ISO 9000, ISO 18000 e BS 8800, atuei por mais de 5 anos na implementação destes conceitos no Sistema Petrobras. Quanto conhecimento e experiencias estão adormecidos em mim… Somada a esta reflexão vieram outras alinhadas a modelos internacionais mais recentes, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentavel (ODSs) da ONU e o Sistema B. Devo fortalecer minha atuação enquanto consultora, integrando antigos e novos modelos, colocando-os à serviço da transformação social.
Por fim a reflexão, que pareceu ser chave para esta mudança disruptiva que buscava, foi perceber a diferença de atuação entre Cavaleiros (como os da Távola Redonda ou os Templários) e Hospitaleiros (como os do Caminho de Santiago). Enquanto membro da Rede Parsifal21 e da Rede Dinheiro e Consciência, sou como um Cavaleiro que caminha por terras pouco desbravadas, oferecendo-se para lutar suas batalhas. Enquanto coach e consultora, atuo como Hospitaleiro, cuidando do espaço de acolhida, atenta às necessidades básicas dos que chegam, ouvindo com curiosidade genuína suas historias e suas dores e, sobretudo, apoiando-os para que continuem o caminho em paz e com segurança. São arquétipos com características distintas, por vezes conflitantes, mas que se completam.
Ser um Cavaleiro-Hospitaleiro é reverenciar o que está por vir e colocar-se à serviço da transformação social, atuando a partir das respostas advindas das perguntas: O que o Mundo precisa? Como posso contribuir para aliviar suas dores?
Relendo o texto, parece tão óbvio, nada de novo. Mas, nas últimas linhas me deparo com o ponto de ruptura: perguntar de forma ampla e atuar a partir das respostas. Então, vamos à pergunta:
« Como a Sociedade Transformar pode colaborar com você, para aliviar suas dores? »