Sociedade Transformar

8 de novembro de 2020

Viagem internacional em tempos de pandemia – parte 2

No dia do voo, tudo transcorreu normalmente. Diria eu que mais normal do que antes. Sem estresse para check in no Santos Dumont, ja despachando mala e emissão de cartão de embarque para Zurich. Chegada a Guarulhos no horário. Vou no check in para ver se esta tudo certo com mala, imaginando que me pediriam para apresentar o resultado do teste. Mas eles não pedem. Voo para Zurich super vazio, como esperado. Tão vazio que fiquei com uma fileira de 4 cadeiras só para mim, o que permitiu que dormisse muito bem boa parte do voo. Todo o tempo com máscara, que era exigido e recomendado.
Antes do pouso, os passageiros foram solicitados a preencher um formulário para rastreabilidade, informando locais de estadia, antes e depois da viagem, voo e assento. Estas informações sao repassadas às autoridades para, no caso de algum passageiro ou membro da tripulação apresentar o vírus, os demais serem contactados e ficarem em quarentena. Nenhum controle deste tipo no voo lotado do Rio para Guarulhos!
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Finalmente em solo suíço, me dirigi à imigração. Tinha preparado um verdadeiro dossiê sobre o porque da viagem, onde ficaria em quarentena, etc. Minha professora havia enviado uma declaração sobre o curso e da minha necessidade de participar. Minha agente de viagem estava bem estressada com esta parte, e eu também! Só que, ao chegar na área de imigração, vejo as máquinas de atendimento automático para passaportes europeus com chip. Eu já havia as utilizado antes e tinha funcionado. Fui testar, porque assim não teria que explicar nada a ninguém. E, voilà, funcionou! Estava eu de retorno à Suíça, depois de sete meses.
 
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Agora era seguir com o planejado: passar no Migros do aeroporto em Zurich para algumas compras, sobretudo se as que havia feito pela internet não tivessem sido entregues – trabalhei na área de gestão de risco, tenho sempre um plano B. Depois apanhar o trem para Montreux, via Lausanne, e táxi até em casa.
Ja havia visto o prédio pelo GoogleMaps e o proprietário me passou as informações de como pegar a chave. Tudo certo até então. Prédio moderno, apartamento como apresentado no site do Airbnb, até mais espaçoso que nas fotos. E a vista, sim, a vista deslumbrante. Montanhas enormes cobertas de neve – na noite anterior havia nevado cerca de 25 cm, o que é raro nesta época do ano. Um lago que mais parece um mar, porque as vezes as nuvens encobrem a outra margem ao longe. Uma paz que apenas é quebrada pelo barulho da água que desce da montanha, na calha ao lado, e pelos pássaros.
Minha primeira providencia, depois de checar o apartamento e a vista do lago e montanhas, foi fazer a “declaração de quarentena” junto à prefeitura local. Ainda no avião recebemos um informativo com as orientações que deveríamos seguir em relação à quarentena. Num prazo de 48h da chegada, o passageiro deve fazer esta declaração pela internet, informando onde estará hospedado durante a quarentena e um telefone para contato. Caso não faça esta declaração ou não respeite a quarentena pelos 10 dias, aplica-se uma multa de 10.000 FS (cerca de r$ 70.000,00).
Compras arrumadas – sim, elas tinham chegado! Pertences organizados. Mesa de trabalho arrumada do meu jeito, com vista para montanha e lago. Já me sinto em casa! A quarentena tem inicio.
 

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