Viagem internacional em tempos de pandemia – parte 3
Na primeira noite na Suíça, tomando um vinho bio e apreciando queijos e tira gostos locais, assisti ao programa “Achat d’ aparts”, que nesta edição acontecia na região de Avignon. Assim que comecei a ver apareceu Noves, o vilarejo na Provence onde temos nos hospedo e onde sonho ali morar por um tempo. Não era coincidência e sim mais um sinal do destino, que estou no caminho certo!
No primeiro dia da quarentena, acordei tarde, quase 10 horas, ainda sob efeito da diferença de fuso e cansaço da tensão do dia anterior. Minha ideia de tomar café da manhã na varanda foi abolida, devido ao frio e tempo chuvoso. Preparei um capuccino com galetes de manteiga da Bretanha, e fiquei apreciando a paisagem, meio que encantada pelos cumes das montanhas com neve. Quando percebi já era era meio dia!
Arrumei a mesa do escritório com meus pertences: cadernos, lápis coloridos, bloco de desenho, etc. Coloquei na parede próxima o mapa mental do livro da Matilda. Escrever o livro sobre a vida da Condessa Matilda de Canossa, durante a quarentena, tinha se tornado um motivador para estar ali. Seria uma oportunidade para dedicar-me a esta empreitada. Já havia escrito e apresentado sua biografia durante a Formação Biográfica. Mas agora minha proposta era apresentá-la a um público distinto. Mais que contar sua biografia, era mostrar sua trajetória de vida, para que outros se inspirassem e seguissem sua própria missão.
Passava de uma hora quando acabei esta arrumação. Não tinha fome, mas tinha que me obrigar a entrar no horário local, então fui preparar o almoço. So que tive um pequeno problema – como ligar o fogão elétrico? Estava travado. Várias tentativas, nada! Pelo WhatsApp pedi auxilio a meu filho. Fantástica esta tecnologia, ele em Nova York, eu na Suíça, nos falamos como se estivéssemos juntos na cozinha. Mais um problema resolvido, almoço pronto, me encapoto toda para comer na varanda. Não iria desperdiçar a oportunidade de estar com esta vista, vendo os barcos passando, as montanhas, os pássaros!
Tarde dedicada à Matilda. No inicio fiquei meio que brigando com a formatação do texto – tamanho da fonte, margens, etc. Mesmo sendo uma diagramação provisória, me parecia necessário estabelecer este enquadramento para que o texto melhor se encaixasse. Aos poucos o conteúdo foi sendo produzido. Fui me habituando com o linguajar que queria apresentar a história. Foram 4 horas imersas na escrita.
Aproveitei a luz do fim da tarde para ligar para familiares, mostrar a vista do lago e das montanhas. Noite chegando, era hora de preparar o lanche. Ligo a TV e outro programa que gosto de assistir estava passando “Faut pas rever”, que apresentar destinos diferenciados da França. Desta vez era o Mont Ventoux, também na Provence. Outro sinal?
Um décimo da quarentena já tinha se passado. Faltavam nove.