Viagem internacional em tempos de pandemia – testes e certificados de vacinação
Uma das exigências em viagens internacionais é que você faça teste antes do embarque, em até 72h antes do inicio do primeiro trecho, para comprovar que você não está contaminado. Não interessa se estas 72h incluem fins de semana ou dias feriados. As regras são claras: realização do teste em até 72h antes do embarque. Em alguns países, como o Brasil, ainda há exigência do tipo de teste – PCR. Não servem os rápidos feitos em farmácia.
E com avanço da vacinação, passam também a exigir o referido certificado oficial. E algumas vacinas, como a CORONAVAC, ainda não são aceitas em alguns países. O bom é que o certificado oficial brasileiro você consegue no app CONECT SUS, podendo imprimir em português, espanhol ou inglês. Bem eficiente!
Mas fazer os testes, para mim, tem sido o grande estresse nas três viagens que fiz nos últimos 15 meses. Você pode ler a respeito em três posts anteriores da série Viagem internacional em tempos de pandemia – parte 1, parte 5 e parte 6
Mesmo estando vacinada, com duas doses da AstraZeneca (aceita internacionalmente), estes testes são requeridos! Na ultima viagem, quando passamos 15 dias em El Salvador, antes de entrarmos nos EUA para mais 15 dias, fizemos 4 testes!
O primeiro, para embarcar no Brasil. Tranquilo porque ja tenho um laboratório de confiança, ja sei como são os procedimentos atuais. É chegar cedo, aguardar ser chamado, fazer o teste e em menos de 24h temos o relatório. Só imprimir e apresentar no check in. Na chegada a El Salvador nos pediram os comprovantes dos testes. Não se interessaram pelo certificado de vacinação, apesar de este ser também uma exigência para entrarmos!
No segundo, para irmos de El Salvador para os EUA, não tivemos muito estresse. A própria companhia aérea – Avianca – ja indicava com quem poderíamos fazer os referidos testes. No caso dos EUA, se você comprovar que esta vacinado, serve qualquer tipo de teste. Mas optamos pelo PCR para não termos problemas. Apenas se paga quase o triplo do que os demais. Mas, conhecendo o ditado « as vezes o barato sai caro », optamos por não arriscar e desembolsamos 150 USD para cada um. Tudo certo, testes feitos e impressos. Novamente só se interessaram pelos testes, não pelos certificados de vacinação!
No terceiro, para voltar ao Brasil, o estresse começou na busca por onde fazer os testes. Nossa viagem era numa segunda (feriado) pela manhã. Então tínhamos que fazer o teste a partir de sexta pela manhã. A primeira opção era perto de onde estávamos hospedados. Mas como lá é apenas um lugar para fazer o teste e a coleta para levar ao laboratório é a noite, e com o aumento de casos e de pessoas fazendo testes, eles não tinham como nos garantir que nos entregariam a tempo. Buscamos várias outras opções que nos garantissem entrega em 24h. Os preços variavam de 100 a 400 USD por pessoa! No final optamos por um laboratório – Sameday Test – que indicava ser especializado em viagens com custo de 175USD. Testes agendados para sexta pela manhã. Fomos aproveitar a viagem.
Na hora marcada chegamos ao local dos testes. Tudo muito organizado, controle de entrada conforme agendamento, etc. Testes feitos, em menos de 24h teríamos o resultado. Meu marido e eu estranhamos que os testes tinham sido superficiais, nada invasivos como os anteriores, mas acreditamos que os profissionais sabiam o que faziam. Em vários sites tinha visto comentários elogiando o atendimento desta empresa.
Só que na manhã seguinte, a triste noticia – o teste deu inconclusivo por falta de material genético para ser testado! PQP, o que fazer? Voltar lá, reclamar e fazer novo teste, arriscando receber outro resultado similar? Buscar novo lugar agora com uma janela de tempo menor? Sim, buscamos novo lugar. Tínhamos como opções os aeroportos de NYC. Em todos há laboratórios para testes com resultados em 24h.
Fomos então para La Guardia, o mais próximo de Manhattan, para nosso quarto teste! Lá chegando fomos encaminhados a um atendimento super organizado da Associação dos Hospitais de NY. Explicamos que faríamos viagem internacional na segunda pela manhã e que precisávamos fazer teste PCR. As atendentes confirmaram que era lá mesmo e, detalhe, custeado pelo governo! Formalidades feitas, testes realizados – lá eles são mais invasivos (não tanto como no Brasil que o cotonete parece chegar no cérebro) e fazem duas coletas para cada pessoa. Só esperar o email com resultado em uma hora… ops, teste PCR rápido? Voltei a questionar a atendente, que precisava de teste PCR, e ela, ja não muito amigável, respondeu que era este mesmo. Resolvi entregar a Deus…
Assim que chegamos em Manhattan o resultado negativo do teste já estava no meu email. Imprimi e pronto. Mas fiquei com uma nuvem preta sobre minha cabeça – era teste rápido, não seria aceito… Mas tarde me veio o insight – se eles coletaram duas amostras, será que a segunda seria para resultado normal do PCR? Era esperar a manhã de domingo para descobrir. Pedi proteção à Nossa Senhora de Lourdes para que meu insight estivesse correto! Logo após o café da manhã de domingo recebemos os novos relatórios – teste PCR negativos, UFA!
Em resumo, planejar as datas dos voos, conciliando com a realização destes testes na ida e na volta, é mega importante! Assim como se informar com antecedência das opções de onde fazer os testes e dos custos envolvidos. E, mesmo tendo ate 72h para fazer o teste, fazer o mais cedo possível, para ter tempo para lidar com imprevistos!
Um aprendizado que ficou para mim: vou reorganizar o itinerário de duas viagens internacionais de outubro, juntando-as numa única, de modo a minimizar o número de testes. Mesmo que tenha de pagar mais pela mudança das passagens, evitar este estresse com testes vai valer o custo adicional. Acompanhem as noticias nos próximos posts da série Viagem internacional em tempos de pandemia.