Viagem internacional em tempos de pandemia – parte 5
No ano de 2020 fiz quatro posts contando a experiência de fazer uma viagem internacional, no contexto da pandemia mundial, desde a decisão de fazer a viagem (parte 1) até o retorno ao Brasil (parte 4). Até fazia planos para retornar em fevereiro de 2021, o que acabou não acontecendo porque a situação mundial piorou e o curso foi novamente adiado.
Mas no início de abril, com a situação bem melhor na Suíça, o sétimo módulo do curso foi confirmado. Como a primeira dose da vacina já estava programada para 15 dias antes da viagem, não tive dúvidas. Era remarcar os bilhetes aéreos e fazer tudo como antes. Já conhecia os caminhos das pedras. Só não contava que novas pedras estariam no caminho!
Resolvi ser cautelosa e só remarcar os bilhetes aéreos. As demais providências seriam tomadas após a vacina. Ai começaram as pedras inesperadas:
- na véspera de ser vacinada o Prefeito declara que talvez não tivesse vacina nos próximos dias – tive de esperar o jornal da manhã para ter a confirmação de que, sim, havia vacina.
- na volta do posto de vacinação, envio mensagem para proprietário do apartamento, solicitando que o reservasse para mim – ele responde que acabou de alugar para outro cliente no mesmo período; tenho de voltar às pesquisas por acomodação; várias horas gastas numa nova busca, felizmente achei algo similar!
- no dia do exame PCR, ao chegar cedo na Clinica, a atendente pede pelo passaporte e passagem, comprovando que vou viajar – como assim, desde quando há esta exigência, pergunto – desde ontem, responde ela! Tenho de voltar em casa para apanhar passaporte, uma ida e vinda a mais.
- depois de feita a mala, fui fazer as compras de mercado pela internet, de modo que as mercadorias fossem entregues assim que eu chegasse no apartamento; como as compras do ano passado tinham ficado registradas, rapidamente ajustei a nova lista do mercado e fui para o caixa – surpresa: meus cartões não eram aceitos, os mesmos que usei em setembro passado; ligo para o mercado e para bancos, imaginando que seriam procedimentos de segurança – não são! só consigo concluir as compras usando cartão do meu filho
E para evitar novas pedras, desta vez mais críticas ainda, resolvi ir de carro para Guarulhos, para pegar o voo para Suíça. Parece até absurdo, fazer uma viagem de carro de mais de 5 horas ao invés de um voo de menos de uma hora. Mas com a pandemia as empresas aéreas estão cancelando voos em cima da hora e como há menos opções de voo, um cancelamento de voo nacional poderia impedir o voo internacional. Ao menos a viagem de carro foi tranquila.
Chegada em Zurique também foi sem sobressaltos, o trem para Montreux vazio, as compras do mercado foram entregues meia hora depois que eu cheguei no apartamento. Fiz logo o registro no centro médico do cantão, informando que tinha chegado e que ficaria em quarentena. Pronto, dez dias na quarentena, olhando o lago, as montanhas, os barcos passando e retomando a rotina de estudar, escrever, fazer yoga e desenhar.
Na manhã seguinte, logo cedo, recebi uma ligação do centro médico perguntando se eu tinha sintomas, reforçando que não poderia sair e que mantivesse o celular ligado e próximo a mim, porque eles iriam ligar várias vezes. E assim aconteceu, várias ligações, controle rigoroso. Ok, não tinha intenção de burlar a quarentena.
No sexto dia da quarentena uma ligação diferente, me informando que no dia seguinte eu teria de comparecer a um centro de teste para fazer o teste PCR. Se testasse negativo, a quarentena seria suspensa. Se desse positivo, mais 14 dias de quarentena. E não era uma oferta, como era para viajantes oriundos de outros países. Era obrigatório para quem chegava do Brasil, da Africa do Sul e do Reino Unido, por conta das novas variantes do vírus.
Teste feito, resultado negativo, ufa!
A sequência da viagem conto no próximo post…