Seguindo o fluxo da intuição
Em março de 2019, na conclusão da Formação Avançada no Teatro da Presença Social com Arawana, em Berlim, apresentei meu trabalho de final de curso – Art Coaching. Na época era um protótipo de um processo para ajudar clientes, que estavam paralisados em alguma situação, a se colocarem em movimento.
Em abril de 2019 fiz um post específico aqui no blog Art Coaching – O que é?. O processo tinha sido criado a partir de conhecimentos diversos, adquiridos nos últimos cinco anos, e também de vivências pessoais. No entanto, na época que criei o Art Coaching, não sabia dizer exatamente o porquê de ter juntado tais práticas. Como a prototipagem com amigos, antes da apresentação em Berlim, tinha sido positiva, segui adiante. Passei a atender clientes usando este processo inovador. A cada novo cliente mais me impressionava o resultado e a energia gerada.
Um dos colegas da formação em Berlim me disse estar interessado em usar o Art Coaching e me propos que montasse um curso. A principio resisti, sobretudo porque ainda estava no inicio da aplicação. Precisava aplicar mais vezes para confirmar que estava pronto.
Veio a pandemia e passei a atender clientes on line. Testei com duas amigas, também elas experientes facilitadoras do Teatro da Presença Social. Observei os ajustes necessários para ser on line. Dai uma delas me fez a mesma proposta, que queria usar o processo também, se eu não gostaria de montar um curso. Achei que este chamado fazia sentido. Já tinha aplicado o Art Coaching com diversos clientes, de forma presencial e on line. Era hora de compartilhar para que mais pessoas pudessem aplicá-lo.
Comecei a desenhar o que seria o referido curso. Não era só apresentar as etapas do processo, mas era necessário explicar o porquê de cada etapa, as intenções por detrás. Dai poderia desenhar a facilitação do curso, preparar o material conceitual e decidir quantos encontros de quantas horas. E a medida que mergulhava neste desenho do curso, conseguia perceber as linhas invisíveis que teciam toda a experiência do Art Coaching. Eu, quando o criei, não tinha consciência destas linhas, apenas segui minha intuição. Mas agora, tendo passado mais de dois anos, e tendo continuado a me aprofundar nos estudos dos 12 sentidos, uma das bases conceituais do Art Coaching, tinha a compreensão de onde minha intuição tinha me levado.
Em setembro de 2021 comecei a primeira oficina da Facilitação do Art Coaching e já tenho uma segunda programada para meados de novembro. Meus dois amigos, que me provocaram a criar este curso, participaram, assim como outros profissionais de diferentes partes do mundo. Ai foi outro desafio, traduzir todo o material para o inglês.
Mas o resultado, novamente, me surpreendeu. Participantes comentaram como o processo é profundo e, ao mesmo tempo, leve. As descobertas e as reflexões que eles trouxeram durante e ao final da oficina foram mais profundas ainda! Fiquei feliz por ter seguido o fluxo da minha intuição.
A imagem é da Scribing Geisa Paganini de Mio, uma das participantes desta primeira oficina, feita durante a oficina.