Grécia, para além das ilhas
Quando pensamos na Grécia, geralmente nos vem à mente casinhas brancas à beira de águas de um azul indescritível. Sim, isto é verdade. Mas há também os maravilhosos templos da antiguidade grega e ruínas da idade média. A história da Grécia nos transporta há milhares de anos antes de Cristo até os dias atuais, num ininterrupto desenvolvimento da humanidade.
Em abril de 2019 comecei a explorar esta história. Foram quase dois meses entre Atenas e as ilhas de Creta e Santorini.
Atenas, uma cidade moderna que reverencia seu passado e tradições. Tivemos a oportunidade de ali estar na época da Páscoa Ortodoxa. Todo o país conectado pela “chama de luz” que vem de Jerusalem e é enviada a todas às igrejas ortodoxas pelo mundo. Fogos de artificio marcam a chegada da chama em cada igreja. Lindo de ver! Além do famoso Partenon e do Museu Arqueológico de Atenas, também visitei o parque onde existia a Escola de Atenas, onde mestres como Platão e Aristoteles inspiravam seus alunos em conversas ao longo de caminhadas. Apesar de praticamente nada restar desta época, só de me imaginar andando nos passos destes filósofos me emocionei!
Creta, a maior ilha da Grécia e a quinta maior do Mediterrâneo, foi nosso destino por mais de um mês. Nos hospedamos nas suas principais cidades e explorávamos o entorno. A cidade mais conhecida é Heraklion, onde encontramos o imperdível Templo de Knossos com vestígios de mais de 4 mil anos. A famosa lenda do Minotauro tem aqui sua origem. Outras cidades como Rethymnon, Chania e Sitia tiveram seu apogeu na época em que navegadores venezianos exploravam o Mediterrâneo. Estar muitas vezes longe de áreas visitadas por turistas nos fez conhecer o ritmo local.
Por fim, ainda em 2019, exploramos a ilha de Santorini. Oia, seu principal vilarejo, ai sim com casinhas brancas instaladas na encosta, com águas azuis a refleti-las. O ir e vir de turistas é incrível. A maioria passa apenas algumas horas, quando desembarcam de grandes transatlânticos e tornam intransitáveis suas ruelas. Ficando uma semana tivemos a oportunidade de visitar todos os recantos da ilha em momentos mais tranquilos e nos refugiar em cidades nada turísticas quando a afluência de turistas aumentava. Encantador ver o por do sol por tantos dias consecutivos, seus diferentes matizes de azul e laranja.
Em abril de 2020 planejávamos visitar a Grécia continental e a ilha de Rodes. Passagens compradas, hotéis reservados, carros alugados. Tudo em suspense por conta da pandemia. Finalmente em setembro de 2022 retornamos para continuar a explorar esta parte fascinante da história da humanidade.
Do aeroporto de Atenas fomos direto ao Peloponeso, cruzando o canal de Corinto. Seguimos explorando destinos como Templo de Asclépio (deus da medicina), Olimpia (berço dos jogos olímpicos), Templo de Delfos, Meteora e seus monastérios suspensos e as ruínas medievais de Mistras, vilarejos turísticos com posadas e restaurantes que conseguiram sobreviver à pandemia e algumas praias – afinal estávamos na Grécia.
E assim chegamos ao norte, na cidade Tessalonic, capital da Macedonia na época de Alexandre o Grande. Tanta história, guerras e tradições, nesta região da Grécia Continental.
Não fomos a Rodes, como estava planejado antes. Ficou para outra oportunidade. Foram duas semanas encantadoras aprendendo um pouco mais sobre a história da humanidade ocidental.
O melhor é que durante a viagem estava lendo o livro Os Gregos de Isaak Asimov, que conta com detalhes toda esta trajetória.
A partir destas duas viagens minha parceira Monica Alvarenga e eu desenhamos o roteiro da sexta edição dos Caminhos dos Sentidos, que está programada para setembro de 2023. Serão duas semanas passando pelo Peloponeso, Grécia continental, Creta, Santorini e Atenas. Um mergulho em que nossos sentidos serão ativados pela fascinante história da civilização grega e sua natureza impar. Veja detalhes da viagem em Caminhos dos Sentidos na Grécia
E você, que já esteva na Grécia, qual local mais te impactou?