Saindo da zona de conforto
Criar uma sociedade é um passo tão complexo quanto a decisão de se casar com quem se ama. Mesmo havendo todo o desejo de se estar junto, deve-se avaliar as implicações decorrentes. Em ambos os casos, na Sociedade ou no casamento, é essencial que haja a possibilidade de se conhecer o outro, no que pensam e agem da mesma forma, e no que divergem, construindo uma parceria efetiva. No caso da Sociedade TransFormar, esta parceria vem sendo desenvolvida há alguns anos, em projetos profissionais e pessoais.
Em maio de 2010 fizemos juntas o Caminho (Português) de Santiago, uma viagem a pé por mais de 250 km em 11 dias de peregrinação, desde Braga (Portugal) até Santiago de Compostela (Espanha). Partimos com nossos pertences numa mochila nas costas, dormimos em albergues para peregrinos e compartilhamos frutas, vinho e lanches com amigos recém-conhecidos, oriundos de vários cantos do mundo. Foi uma viagem bem diferente daquelas em que nos hospedamos em hotéis ou B&B, viajamos de carro e comemos em restaurantes. Mas sair da zona de conforto era recompensado pelas novas experiências vividas diariamente, e quando estranhos nos saudavam, ao ver que portávamos a concha do peregrino. Até nos presentearam com frutas e, uma vez, com um cálice de um saboroso vinho do Porto.
Desde então, vem crescendo esta parceria, uma apoiando a outra em projetos cada vez mais ousados no campo profissional. A intenção de trabalharmos juntas, no âmbito do desenvolvimento humano, se fortaleceu. Iniciamos compartilhando conhecimentos, o que rapidamente evoluiu para a aplicação destes em atividades profissionais ou voluntárias.
Até que germinou a decisão de transpor as muralhas do ambiente profissional conhecido e oferecer conhecimentos, experiências e, sobretudo, nossa energia para a sociedade.
Sobretudo para colaborar no desenvolvimento de uma humanidade global, que busca transpor os limites do ego e atuar num ecosistema social.
Foram vários meses de estudos, entrevistas com potenciais parceiros ou profissionais que se destacam em seus respectivos campos e elaboração de planos e de acordos.
Agora é chegada a hora de, mais uma vez, colocarmos a mochila nas costas e iniciarmos uma nova caminhada. Desta vez não sabemos onde esta jornada nos levará, nem temos um tempo definido para lá chegar. Sabemos que estamos minimamente preparadas, mas que haverá percalços pelo caminho. Esperamos que desconhecidos conosco colaborem, ao reconhecer nossos esforços no sentido de desenvolver um novo nível de consciência. Ou seja, estamos saindo da zona de conforto, em busca de um futuro com perguntas desafiadoras.
Desejamos compartilhar o que alimenta o nosso pensar, o nosso querer e, sobretudo, o nosso sentir com vocês, clientes, parceiros e amigos. Sejam bem-vindos!